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José “Pepe” Mujica, ex-presidente do Uruguai e uma das figuras mais emblemáticas da política latino-americana, faleceu nesta terça-feira (13) aos 89 anos, em sua residência na zona rural de Montevidéu. A causa da morte foi um câncer de esôfago diagnosticado em 2024, que posteriormente se espalhou para o fígado. Conhecido por seu estilo de vida austero e compromisso com a justiça social, Mujica deixou um legado de integridade e simplicidade na vida pública.
De guerrilheiro a presidente: uma trajetória de resiliência
Nascido em 20 de maio de 1935, Mujica ingressou no Movimento de Libertação Nacional-Tupamaros na década de 1960, sendo preso em 1972 e passando 13 anos encarcerado durante a ditadura militar uruguaia. Após sua libertação em 1985, iniciou uma carreira política pelo partido Frente Ampla, sendo eleito deputado, senador e, posteriormente, presidente do Uruguai entre 2010 e 2015. Durante seu mandato, implementou reformas progressistas, como a legalização do aborto, do casamento entre pessoas do mesmo sexo e da maconha, além de promover políticas de energia renovável e inclusão social.
Um líder que viveu como pregava
Mujica ficou conhecido internacionalmente por sua vida simples: residia em uma chácara modesta, cultivava flores e doava a maior parte de seu salário presidencial para instituições de caridade. Seu estilo de vida e discursos filosóficos sobre a importância da simplicidade e da solidariedade o tornaram uma figura admirada mundialmente.
Despedida e legado
Em janeiro de 2025, Mujica anunciou publicamente que sua doença havia se agravado e que optaria por não continuar o tratamento, expressando o desejo de passar seus últimos dias em paz. Seu falecimento gerou comoção em toda a América Latina, com líderes políticos e sociais rendendo homenagens à sua trajetória e legado. O governo uruguaio decretou três dias de luto nacional em sua memória.
Por, Clóvis Kallycoffen
