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Rui Costa, ministro-chefe da Casa Civil e braço-direito do presidente Lula (PT), apresentou um recuo estratégico nesta segunda-feira, 7 de julho de 2025, ao afirmar que só definirá sua pretensão eleitoral — seja ao Senado ou à Câmara dos Deputados — no início de 2026 durante entrevista ao programa Roda Viva (TV Cultura). O gestor, que tem dedicado entre 12 e 18 horas diárias à organização das entregas do governo, disse considerar prematuro antecipar sua candidatura ainda este ano.
Apesar do tom cauteloso, Rui confirmou que se vê como pré-candidato ao Congresso Nacional e que está “à disposição” para disputar uma vaga no Senado pela Bahia, mantendo aberto o diálogo sobre uma possível chapa puro-sangue do PT no estado. Entretanto, fontes próximas indicam um movimento paralelo: a possibilidade de que ele opte por disputar uma vaga na Câmara dos Deputados, uma vez que teria maior espaço de articulação e influência política em Brasília, conforme análise de bastidores.
No campo estadual, Rui descartou qualquer intenção de retornar ao Palácio de Ondina em 2026, garantindo que o candidato do PT ao governo baiano será Jerônimo Rodrigues. Ao mesmo tempo, reiterou apoio convicto à reeleição do presidente Lula no próximo pleito, ecoando o próprio presidente ao afirmar que, “se tiver saúde, ele será candidato e vencerá”.
O ministro explicou que a estratégia eleitoral — seja para o Senado, Câmara ou outro cargo — será definida em reunião com Lula entre janeiro e fevereiro de 2026, conforme prazos previamente acordados. Esse movimento revela não apenas cautela, mas também disciplina na articulação política, evitando antecipações que possam interferir nas obrigações executivas e na governabilidade.
Especialistas políticos avaliam esse recuo como reflexo da realpolitik atual, em que a Câmara dos Deputados ganha protagonismo estratégico na interlocução com o Executivo e na gestão de emendas parlamentares, ritmo orçamentário e articulação legislativa . Já a indicação de Rui como pré-candidato ao Senado reforça uma tese de fortalecimento interno na Bahia, com potencial de consolidar uma “chapa puro-sangue” petista.
Em síntese, Rui Costa transita com equilíbrio entre o papel institucional no governo e a construção de um projeto eleitoral para 2026. A decisão de postergar o anúncio até o próximo ano preserva sua atuação governamental robusta e mantém abertas múltiplas possibilidades políticas, revelando uma visão estratégica complexa, que busca conciliar entrega de políticas públicas e ambição congressual.
Por, Clóvis Kallycoffen
