Um levantamento do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) revelou um aumento de 47% nas mortes decorrentes de intervenções policiais no estado em 2024. Foram registradas 166 ocorrências, resultando em 195 óbitos.
Perfil das vítimas
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Idade e cor: A maioria das vítimas eram homens negros com menos de 30 anos; 10% eram adolescentes.
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Causas das mortes: As mortes ocorreram principalmente em confrontos relacionados ao tráfico de drogas (30,1%), seguidos de roubos ou furtos (20,5%) e abordagens a suspeitos (18,01%).
Distribuição geográfica
- Interior vs. capital: 51,2% das ocorrências aconteceram no interior do estado, enquanto a Região Metropolitana de Belo Horizonte concentrou 48,8% dos casos. Em Belo Horizonte, a letalidade policial representou 15,1% do total.
Envolvimento dos agentes de segurança
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Policiais envolvidos: Dos 424 policiais envolvidos nas ocorrências, 416 eram militares (98,1%) e 8 civis (1,9%).
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Testemunhas: Em 38% dos casos, apenas policiais militares testemunharam as ações, e em 15,7% não foram registradas testemunhas.
Preocupações e recomendações
O Ministério Público alerta que a violência policial pode levar comunidades a buscarem proteção em facções criminosas, enfraquecendo o papel do Estado. O promotor de Justiça Cláudio Barros destaca que essas situações ocorrem frequentemente em ambientes de alta criminalidade, onde a reação violenta é comum.
O criminólogo Jorge Tassis defende um acompanhamento rigoroso das ações policiais para evitar excessos, ressaltando a importância de instituições como o Ministério Público e as polícias judiciária e militar na supervisão das atividades policiais.
Casos emblemáticos
Um caso que chamou a atenção foi a morte dos irmãos Rafael Francisco Vieira da Silva e Branio José Vieira da Silva durante uma cavalgada em Esmeraldas. De acordo com o boletim de ocorrência da Polícia Militar, ambos estariam envolvidos em uma briga e teriam tentado agredir policiais com canivetes.
O aumento das mortes decorrentes de intervenções policiais em Minas Gerais em 2024 levanta preocupações sobre a atuação das forças de segurança e a necessidade de medidas para prevenir excessos e garantir a proteção dos direitos humanos.
Por, Clóvis Kallycoffen- Portal Minas Bahia