Imagem/Portal Minas Bahia
O município de Cristália, no Norte de Minas Gerais, enfrenta uma grave crise ambiental e sanitária provocada pelo descaso da prefeitura com a gestão dos resíduos sólidos. O lixo urbano está sendo despejado de forma irregular em uma vala a céu aberto, sem qualquer tipo de tratamento ou cuidado técnico, expondo a população a inúmeros riscos à saúde pública.
Sem alternativas sustentáveis, a única “solução” adotada pela administração municipal tem sido atear fogo no lixo acumulado, o que agrava ainda mais o problema, lançando fumaça tóxica no ar e provocando transtornos respiratórios, principalmente entre crianças e idosos. A prática ilegal infringe normas ambientais e sanitárias básicas e coloca Cristália entre os piores exemplos do estado em termos de gestão do lixo urbano.
O silêncio do poder público diante do caos
A
pesar da situação crítica, o poder público municipal permanece omisso. Moradores relatam que não há qualquer tipo de fiscalização ou projeto efetivo para resolver o problema do lixão. A falta de investimentos em saneamento básico e limpeza urbana agrava um cenário de abandono, revoltando a população que já convive há anos com a sujeira, os maus odores e a proliferação de insetos e roedores.
Cristália aparece entre os municípios com os piores índices de saneamento básico em Minas Gerais, refletindo a negligência histórica das gestões municipais quanto à saúde ambiental e à qualidade de vida da população.
Vereador denuncia abandono e cobra providências
O vereador Juveci Pacheco de Oliveira, conhecido como Gelson Cipriano (MDB), fez duras críticas à postura da prefeitura diante do problema. Segundo ele, diversos pedidos formais já foram protocolados junto ao Executivo, cobrando providências urgentes para a destinação correta do lixo. Todos foram ignorados. “Já enviei ofícios, cobrei pessoalmente e levei a situação a público, mas até hoje o prefeito não deu nenhuma resposta concreta. A população está pagando o preço do descaso, e a prefeitura se cala diante de tanto sofrimento”, afirmou o vereador ao Portal Minas Bahia.
Gelson Cipriano também destacou os problemas enfrentados no perímetro urbano, onde a coleta de lixo é falha e irregular. “O caminhão do lixo chega a demorar até 10 dias para passar em algumas regiões. A sujeira se acumula, atrai mosquitos, causa doenças e ninguém faz nada. Isso é um verdadeiro absurdo.”
Responsabilidade legal e omissão administrativa
De acordo com a Lei nº 11.445/2007, que estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico, é dever do poder público garantir à população o acesso à limpeza urbana e ao manejo adequado dos resíduos sólidos. A lei exige que os serviços sejam prestados de forma regular, contínua, eficiente e segura, respeitando os princípios da saúde pública e da preservação ambiental.
A situação de Cristália configura uma clara violação dessa legislação, revelando a negligência do governo municipal e a urgência de ações estruturais. A omissão do Executivo pode, inclusive, configurar responsabilidade civil e administrativa, passível de investigação por órgãos de controle como o Ministério Público.
Vídeo-denúncia será exibido em breve
O Portal Minas Bahia acompanhará de perto os desdobramentos desta denúncia. Em breve, será publicada uma reportagem em vídeo exclusiva, com imagens do local, entrevista e novas manifestações do vereador Gelson Cipriano. O objetivo é cobrar transparência, responsabilidade e ação do poder público.
Por, Clóvis Kallycoffen
