📅 03 ago 2025

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Hugo Motta proíbe reuniões de comissões e trava ofensiva bolsonarista na Câmara

Imagem divulgação

O presidente em exercício da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), determinou nesta terça-feira (22) a suspensão de todas as reuniões das comissões parlamentares durante o recesso legislativo. A medida teve impacto direto nas estratégias de deputados da base bolsonarista, que vinham utilizando o espaço institucional da Câmara para promover manifestações políticas em defesa de Jair Bolsonaro e de ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF).

A decisão ocorre em meio a uma escalada de tensionamento entre setores bolsonaristas e o Judiciário, especialmente após novos desdobramentos envolvendo investigações que atingem o ex-presidente. Duas comissões permanentes da Casa, ambas presididas por parlamentares do PL, haviam convocado reuniões deliberativas para esta terça-feira, com pautas que incluíam moções de apoio a Bolsonaro. Com a decisão da presidência da Câmara, os encontros foram cancelados.


Uso político da Câmara durante o recesso

Embora o regimento interno da Câmara permita atividades administrativas durante o recesso, reuniões deliberativas de comissões costumam ser suspensas nesse período, salvo exceções previamente autorizadas. A decisão de Motta foi interpretada como uma tentativa de frear o uso político da estrutura da Casa por grupos que buscam transformar comissões em trincheiras ideológicas, especialmente diante do enfraquecimento da articulação bolsonarista fora do Legislativo.

Nos bastidores, líderes de partidos do chamado “centrão” demonstraram preocupação com a radicalização de parte da base bolsonarista, que estaria utilizando a Câmara para gerar fatos políticos com apelo midiático e pressionar instituições como o STF.


Repercussão e tensionamento

Deputados bolsonaristas criticaram a decisão de Motta, alegando censura institucional e cerceamento de prerrogativas parlamentares. Já integrantes da Mesa Diretora afirmaram que a medida visa preservar o equilíbrio institucional e evitar o uso indevido da estrutura legislativa durante o recesso.

A situação evidencia o atual clima de polarização e disputa de narrativas no Congresso, especialmente em um momento de fragilidade política para o bolsonarismo, que tem buscado demonstrar força por meio de manifestações públicas e ações simbólicas dentro do Parlamento.


Cenário político e institucional

A medida adotada por Hugo Motta também sinaliza uma tentativa de reafirmar a autoridade da presidência da Câmara frente à crescente pressão de grupos políticos que têm tentado pautar o funcionamento interno da Casa. A suspensão das reuniões durante o recesso deve continuar até o retorno oficial dos trabalhos legislativos, previsto para o início de agosto.

A decisão ainda pode ter impactos no ritmo das discussões internas sobre temas sensíveis e na organização das bancadas, especialmente no campo da oposição e da extrema direita, que contavam com o espaço das comissões para fortalecer seus discursos e marcar posição política durante o recesso parlamentar.

Por, Clóvis Kallycoffen

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