O caso do rompimento da Barragem do Fundão, em Mariana (MG), chega a um momento decisivo nesta semana. Enquanto o julgamento na Justiça do Reino Unido foi retomado nesta quarta-feira (5), o prazo para adesão das prefeituras ao acordo de repactuação no Brasil se encerra nesta quinta-feira (6).
Até o momento, 17 dos 49 municípios mineiros e capixabas que fazem parte da ação internacional decidiram deixar o processo contra a BHP na Inglaterra e aderir ao acordo nacional. Entre eles, estão cidades como Ponte Nova (MG) e Linhares (ES). Outros 32 municípios seguem na disputa judicial internacional, incluindo Mariana, a cidade mais impactada pela tragédia.
A repactuação brasileira prevê um montante de R$ 170 bilhões, que inclui indenizações, recuperação ambiental e ações econômicas. Desses, R$ 100 bilhões serão pagos nos próximos 20 anos, enquanto R$ 32 bilhões serão destinados a compensações diretas às vítimas. Já a ação na Inglaterra, movida por 620 mil atingidos, empresas e instituições, busca uma indenização ainda maior: R$ 230 bilhões.
O prefeito de Mariana, Juliano Duarte (PSB), reafirmou a permanência da cidade no processo inglês, alegando que os municípios não foram consultados na elaboração do acordo brasileiro e que terão de arcar com responsabilidades que antes cabiam à Fundação Renova.
O rompimento da barragem, ocorrido em 5 de novembro de 2015, despejou 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos na bacia do rio Doce, afetando comunidades em Minas Gerais e no Espírito Santo. A tragédia deixou 19 mortos, um deles jamais encontrado. Agora, quase uma década depois, a busca por justiça e reparação segue em dois países, enquanto os atingidos aguardam por respostas definitivas.
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