Imagem/internet
Em 21 de abril de 2025, às 7h35 (CEST), o Papa Francisco faleceu aos 88 anos em sua residência na Domus Sanctae Marthae, no Vaticano, encerrando um pontificado de doze anos marcado pela simplicidade, defesa dos pobres e diálogo inter‑religioso. Apesar de ter recebido alta em 23 de março, após 38 dias de internação por pneumonia bilateral, sua morte surpreendeu o mundo católico e leigo. Dois dias antes, no Domingo de Páscoa, ele realizou sua última aparição pública na sacada da Basílica de São Pedro, abençoando milhares de fiéis; gesto que agora ganha novo significado como adeus solene de um líder amado.
Anúncio oficial e última aparição
O Cardeal Kevin Farrell, como Camerlengo, confirmou o falecimento em vídeo‑comunicado transmitido pelo Vatican Media, afirmando:“Queridos irmãos e irmãs, com profunda tristeza anuncio a morte de nosso Santo Padre Francisco. Às 7h35 desta manhã, o Bispo de Roma retornou à casa do Pai.” No Domingo de Páscoa (20/04), Francisco, ainda com voz fraca e visivelmente debilitado, saudou a multidão com um breve “Boa Páscoa” e pediu a um colaborador que lesse seu texto completo, antes de conceder a bênção Urbi et Orbi. Pouco depois, percorreu a Praça de São Pedro em seu papamóvel, acenando para os fiéis que lotavam o local.
Pontificado e legado
Eleito em 13 de março de 2013, Jorge Mario Bergoglio foi o primeiro papa argentino, latino‑americano e jesuíta da história. Optou por residir na Domus Santa Marta, rejeitando as luxuosas suítes papais, e promoveu uma reforma financeira e transparência nas finanças do Vaticano. Seu pontificado enfatizou a justiça social, o cuidado com o meio ambiente — simbolizado pela encíclica Laudato Si’ — e o diálogo inter‑religioso, ainda que suas posições tenham gerado críticas de diferentes alas da Igreja. Nomeou cerca de 80% dos cardeais eleitores, moldando a composição do próximo conclave.
Protocolos fúnebres e sepultura
O rito de sede vacante foi imediatamente iniciado pelo Camerlengo, que selou o apartamento papal e deu início aos nove dias de luto, segundo o Diretório Universal do Funerais. Em 2024, Francisco simplificou seus próprios rituais fúnebres, determinando que seu corpo fosse exposto dentro do caixão, sem o tradicional catafalco. Após a exposição na Praça de São Pedro, o funeral culminará com a missa de corpo presente, presidida pelo Decano do Colégio Cardinalício, cardeal Giovanni Battista Re. Em quebra de tradição, seu sepultamento ocorrerá na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, sendo o primeiro papa enterrado fora do Vaticano em mais de um século.
Reações internacionais
Chefes de Estado e líderes religiosos manifestaram pesar. O presidente da Argentina, Alberto Fernández, lamentou a “perda de um filho ilustre da América Latina” . O rei Charles III e o primeiro‑ministro Keir Starmer, do Reino Unido, destacaram sua “humildade” e “compromisso com a paz”. O vice‑presidente dos EUA, J.D. Vance, um dos últimos visitantes, lembrou da “força de espírito” do Pontífice mesmo em sua condição frágil. Organizações humanitárias e representantes de religiões diversas também prestaram tributos ao “pastor dos marginalizados” .
Por, Clóvvis Kallycoffen